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TEMPO DA PÁSCOA: Semana Santa

Foto do escritor: Rev. Filipe Schuambach LopesRev. Filipe Schuambach Lopes


Semana Santa
Ao nos aproximarmos do final do período quaresmal, entramos na Semana Santa, que se inicia no Domingo de Ramos[1] e culmina no Sábado de Aleluia. Durante esses dias, concentramo-nos nos eventos da vida de Jesus, desde sua entrada triunfal em Jerusalém até sua gloriosa ressurreição.
O Domingo de Ramos recebe seu nome das práticas do século IV em Jerusalém, onde os fiéis se reuniam no Monte das Oliveiras, saíam em procissão para a cidade com ramos de palmeira e oliveira, enquanto o bispo ia montado em um jumento. Na igreja primitiva, os candidatos ao batismo e à confirmação passavam por um processo de “reensinamento” do Credo. Este fato, em parte, justifica a realização do rito da confirmação nesse dia.
Já na Quinta-feira Santa, a Igreja expressa sua gratidão a Jesus pela instituição da Ceia do Senhor, um dia de grande importância. Esse evento recebeu diversos nomes, como Dies Coenae Domini (“Dia da Ceia do Senhor”), Dies Natalis Calicis (“Aniversário do Cálice”) e Dies Mysteriorum (“Dia dos Mistérios”). O dia também rememora a reconciliação dos penitentes, observada pela igreja antiga, destacada pelo termo alemão “Gründonnerstag”. Inspirada por Lucas 23.31, a cerimônia de reconciliação reintegrava os “ramos ressequidos” (pecadores) à comunhão da igreja. O culto de Quinta-feira Santa encerra-se com o desnudamento do altar enquanto o Salmo 22 — uma profecia da crucificação — é lido ou cantado, recordando como nosso Senhor ficou com o torso nu ao lavar os pés de seus discípulos e como foi despojado e espancado antes da crucificação.
A Sexta-feira Santa é o dia mais solene na Igreja Cristã, ao lembrarmos que, por causa de nossos pecados, o Senhor foi crucificado e morreu, oferecemos alegres agradecimentos a Deus. Reconhecemos que todo pecado e a ira de Deus sobre o pecado recaem sobre Jesus, não sobre nós, e, pela sua graça, recebemos os benefícios desse ato sacrificial.
Em relação ao Sábado na Semana Santa, também conhecido como Sábado de Aleluia, a igreja primitiva não realizava cultos neste dia. Posteriormente, a Igreja Romana desenvolveu uma série de cerimônias, incluindo a bênção fogo e da vela Pascal, a bênção da pia batismal e a Ladainha dos Santos.
Em suma, esta semana representa o ápice de todo o ano cristão. Estes três dias de jornada através da morte à vida, representam a jornada do recém-batizado, que sofre, morre e ressuscita com Cristo nas águas do Santo Batismo (cf. Romanos 6). A restauração da vigília pascal como o ponto culminante do ano eclesiástico, com a celebração do Batismo, tem sido em muitas igrejas um lembrete da centralidade do Batismo em nossa vida diária de morte e ressurreição, e como toda a nossa vida na igreja é moldada e organizada em torno do processo do ensino, do Batismo e da nutrição do povo de Deus com Cristo em sua Palavra e sacramentos.
A cor para a Semana Santa começa com o escarlate, a cor da realeza e paixão. Uma cor alternativa para o Domingo de Ramos e os dias seguintes é o roxo, cor da Quaresma, também associada à realeza e simbolizando arrependimento e tristeza.
Durante a celebração da Santa Ceia na Quinta-feira Santa, a cor preferida é o branco. Se o Sacramento não for celebrado, contrariando o costume luterano, então o roxo é utilizado. Se o altar não for despojado no fim do Culto da Quinta-feira Santa, os paramentos são trocados para preto na Sexta-feira Santa.

[1] O Domingo de Ramos, também chamado de Domingo da Paixão, celebra a entrada triunfal de Jesus em Jerusalém (Mateus 21.9), muitas vezes acompanhado da leitura completa da Paixão do Senhor de Mateus, Marcos ou Lucas.

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