A FESTA [1]
Esta festa é a mais inclusiva das datas comemorativas, abrangendo toda a extensão dessa grande nuvem de testemunhas com as quais estamos cercados (Hebreus 12.1).
Ela retém diante dos olhos da fé esta grande multidão que ninguém pode enumerar: todos os santos de Deus em Cristo, de todas as nações, tribos, povos e línguas, que “vêm da grande tribulação, que lavaram suas vestiduras e as alvejaram no sangue do Cordeiro” (Apocalipse 7.9, 14).
Desta forma coloca diante de nós toda a largura, e o comprimento, e a altura, e a profundidade da graciosa salvação do nosso gracioso Senhor (Efésios 3.17-19).
Esta festividade tem em comum com a Páscoa uma celebração da ressurreição, uma vez que todos os que morreram com Cristo Jesus também foram ressuscitados com Ele (Romanos 6.3-8).
Tem em comum com o Pentecostes uma celebração da reunião de toda a Igreja católica - no céu e na terra, em todos os tempos e lugares - no único Corpo de Cristo, na unidade do Espírito no vínculo da paz. Assim como todos nós fomos chamados numa só esperança da nossa vocação, “há um só Senhor, uma só fé, um só batismo; um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, age por meio de todos e está em todos” (Efésios 4.4-6). E a Festa de Todos os Santos também tem em comum com os últimos domingos do Ano Igreja, um foco escatológico na vida eterna e uma confissão de que “os sofrimentos do tempo presente não podem ser comparados com a glória a ser revelada em nós” (Romanos 8.18).
Em todas essas ênfases, o propósito desta festa é fixar nossos olhos em Jesus, Autor e Consumador da nossa fé, para que não enfraqueçamos ou desfaleçamos em nossos ânimos (Hebreus 12.2-3).
COR LITÚRGICA: Branca [2]
Branco simboliza pureza, perfeição, santidade, alegria, paz, luz. Aponta para o que é Deus: Santo, puro, perfeito, fiel. É utilizado do Dia de Natal até a Epifania (manifestação de Jesus aos gentios) incluindo o Primeiro Domingo de Epifania, quando se celebra o Batismo de Jesus.
Depois é usada no Último Domingo de Epifania para ressaltar a Transfiguração de
Jesus. Reaparece na Quinta-feira Santa (dia da Instituição da Santa Ceia), depois no Dia da Páscoa e permanece até o domingo anterior ao Pentecostes, período em que também é celebrada a Ascensão de Jesus.
Ainda, dentro do ano da igreja, é utilizado no Primeiro Domingo após Pentecostes, quando se celebra o Dia da Santíssima Trindade. Branco também é utilizado para a celebração de dias de santos não mártires, dias de Maria, de São Miguel e Todos os Anjos, Dia de Todos os Santos, Finados e Dia de Ação de Graças.
O branco também nos ajuda a lembrar que, assim como Deus é puro, Ele também nos declara puros, pois nos promete: “Ainda que os pecados de vocês sejam como a escarlate, eles se tornarão brancos como a neve” (Is 1.18).
LITURGIA DA PALAVRA [3]
Intróito
Salmo 31.1,3,5; antífona 7.14b
Primeira Leitura
Apocalipse 7.(2-8) 9-17
Gradual
Apocalipse 7.14b; Salmo 84.5
Estes são os que vêm da grande tribulação, que lavaram suas vestes
e as alvejaram no sangue do Cordeiro. Bem-aventurado é aquele
cuja força está em ti, em cujo coração se encontram os caminhos
aplanados!
ou Salmo 149
Segunda Leitura
1João 3.1-3
Verso
Hebreus 12.1a, 2a
Aleluia! Portanto, também nós, visto que temos a rodear-nos tão
grande nuvem de testemunhas, conservemos os nossos olhos fixos em
Jesus, pois é por meio dele que a nossa fé começa, e é ele quem a
aperfeiçoa Aleluia!
Santo Evangelho
Mateus 5.1-12
Os santos são bem-aventurados na presença eterna de Cristo [4]
Uma “grande multidão... de todas as nações, tribos, povos e línguas” clamava: “Ao nosso Deus, que está sentado no trono, e ao Cordeiro, pertence a salvação” (Ap 7.9–10). Os santos cheios de fé de todos os lugares e épocas, a uma só voz, magnificam eternamente o Cordeiro de Deus. Como Seus filhos amados, nós também “haveremos de vê-lo como ele é” (1 Jo 3.2). Juntamente com a multidão de anjos e incontáveis santos, nós o adoraremos “de dia e de noite no seu santuário” (Ap 7.15). Em nossa tensão terrena e vacilante entre santo e pecador, fé e dúvida, sagrado e profano, buscamos de coração sincero a Jesus para acalmar nosso medo, confortar nosso espírito e perdoar nossos pecados. O Espírito Santo, pela fé em Cristo, nos impele para a frente em direção à nossa morada celeste, fortalecendo-nos na Palavra e Sacramento. Em meio a nossa peleja constante como crentes, necessitamos ser abençoados. E de fato somos. Os pobres de espírito, os mansos, os famintos, os sedentos, os misericordiosos, os pacificadores e os perseguidos são todos bem-aventurados, e sem dúvida herdaremos o reino dos céus (Mt 5.1-12).
ORAÇÃO DO DIA [5]
Todo-poderoso e eterno Deus, que uniste o teu povo fiel de todos os tempos e lugares em uma santa comunhão, o corpo místico de teu Filho Jesus Cristo, concede que possamos seguir teus santos abençoados em sua maneira virtuosa e cristã de viver, a fim de que, junto com eles, possamos alcançar as incontáveis alegrias que preparaste para aqueles que te amam; através de Jesus Cristo, nosso Senhor, que vive e reina contigo e o Espírito Santo, um só Deus, agora e sempre. Amém. OPÇÃO DE LITURGIA PARA O DIA DE TODOS OS SANTOS
Confirma uma opção litúrgica para o Dia de Todos os Santos elaborada pelo Rev. Helvécio J. Batista Jr, pastor da Comunidade Luterana Santíssima Trindade de Naviraí, MS.
[1] Treasury of Daily Prayer (St. Louis: Concordia Publishing House, 2009, p. 870-871)
[2] Site da IELB (www.ielb.org.br/tempo-da-igreja)
[3] Culto Luterano: Lecionário (Porto Alegre: Editora Concórdia, 2009, p. 344-345)
[4] Comentário traduzido e adaptado de Lectionary Summaries (The Lutheran Church — Missouri Synod). Salvo exceção, todas as citações da Bíblia Sagrada são da versão Nova Almeida Atualizada (NAA), da Sociedade Bíblica do Brasil.
[5] Culto Luterano: Lecionário (Porto Alegre: Editora Concórdia, 2009, p. 345)
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