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A criança precisa de um pai, não de um fantoche

Foto do escritor: Aline LopesAline Lopes



“Fazer um filho não é difícil. Difícil é ser pai.” Wilhelm Busch (1832-1908)

Muitos são os apertos a destacar na difícil tarefa de ser pai. Fala-se hoje com muita ênfase na relação amigável que deve existir entre pai e filho, no famoso diálogo entre as gerações. Pouco se fala em questões como autoridade e disciplina.  Como ocorre frequentemente, vai-se de um extremo a outro sem que se consiga chegar no ponto de equilíbrio.

 

É evidente que a base de um relacionamento deve ser a compreensão e o respeito de parte a parte. Contudo, parece que ao passar de uma relação em que o pai dominava o filho e exercia seu pátrio poder de maneira autocrática e por vezes absoluta, caiu-se num extremo oposto, onde o pai é uma figura sem força, sem autoridade, que procura apenas ser companheiro, “amigão” dos filhos, aquele que está ao lado do filho para jogar futebol, ver televisão, ir à praia, mas que raras vezes está ao lado do filho para discipliná-lo, guiá-lo, dar-lhe orientação e conselho. Ora, importa ser disponível e amigo, mas sem esquecer a autoridade e a disciplina. E, entende-se a disciplina como a capacidade de fixar limites aos filhos, de dar-lhe os parâmetros necessários para que desenvolva uma consciência moral indispensável a fim de que se torne uma pessoa correta, útil ao seu semelhante e temente a Deus.


O que se vê, geralmente, é uma falta total de autoridade, seja por medo de “traumatizar o filho, seja por comodismo – alega-se o cansaço provocado pelo trabalho – seja por falta de tempo, sendo esta talvez a alegação mais frequente. É comum ver-se o pai dar uma ordem, ser desobedecido e não reagir. É comum ver crianças que se dirigem aos mais velhos desrespeitosamente, que por qualquer motivo proferem palavrões ou palavras grosseiras, que são desatenciosas com pessoas de posição humilde, sem que os pais esbocem a mínima repreensão. É comum ainda ver pais que, ao dar uma ordem, servem-se de ameaças externas a fim de conseguirem obediência (é o médico que vai dar uma injeção, o soldado que vai prender, é o velho do saco que vai levar). São mentiras que o tempo vai desmascarar e que levam o filho a sentir que o pai não tem capacidade de exigir o cumprimento de suas ordens, isto é, não tem autoridade. Permite-se muito, cede-se com facilidade, sem refletir nas graves consequências da falta de limites.


Parece que muitos pais não têm consciência de que se não forem eles os formadores de seus filhos, aqueles que os conduzem pelos caminhos indicados por Deus (e nesta tarefa devem, é claro, ser coadjuvados pelas mães), facilmente serão substituídos por outros. Estes outros, infelizmente, são os que conduzem pelas largas estradas oferecidas pelo mundo e que tem sua força incrivelmente aumentada pelos meios modernos de comunicação. É uma luta difícil esta dos pais conscientes contra um meio que se caracteriza pela ausência de valores, pela fácil acomodação e interesses escusos. Se por fraqueza e comodismo se omitem de suas responsabilidades, as consequências são sempre graves.  Observa-se as inúmeras queixas sobre a juventude e seu desempenho na escola e na sociedade, tantas vezes beirando a delinquência. E isto não ocorre só em nosso país, é fenômeno verificável no segundo e no primeiro mundo.

Importa que todo pai cristão sinta a reponsabilidade de ser exemplo, apoio e guia do filho, sem deixar, é claro, de ser amigo e companheiro. Para isso ele tem a autoridade dada por Deus, este Deus que nos criou e redimiu, que nos ama e por isso também nos disciplina (Hebreus 12.14). Para bem cumprir esta tarefa, o pai cristão deve buscar a orientação segura da Palavra de Deus, a Bíblia, através da qual o Espírito Santo norteará seus pensamentos, palavras e ações. Deus permita que isto seja uma realidade cada vez mais frequente entre os pais cristãos de nosso país.


 

- Artigo adaptado por Aline Bruno Lopes de Mensageiro Luterano, escrito por Carmem Cynira O. Goçalves e publicado pela Editora Concórdia, em outubro de 1991.



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