O sangue de Jesus Cristo nos purifica de todo pecado, nos reconcilia com Deus e assim nos possibilita chegar a Deus em oração. A oração é um privilégio maravilhoso do Senhor. Ele não apenas nos ordena a orar, mas nos convida a orar a Ele. Ele deseja as nossas orações. Que bênção fantástica é a oração!
O Pai Nosso é a oração acima de todas as outras porque nosso Senhor Jesus Cristo pessoalmente deu essa oração à igreja. Vamos neste estudo explorar o Pai Nosso.
Introdução: Pai nosso, que estás nos céus.
O que significa isso? Deus quer atrair-nos carinhosamente com estas palavras, para crermos que ele é o nosso verdadeiro Pai e nós, os seus verdadeiros filhos, para que lhe roguemos sem temor, com toda a confiança, como filhos amados ao querido pai.
Que bênção maravilhosa! Podemos nos dirigir ao Senhor dos céus e da terra, o criador de todas as coisas, tanto visíveis quanto invisíveis, o Deus todo-poderoso, e chamá-lo de “Pai”. Por natureza, nós seres humanos não somos inclinados à fé, confiança e amor em Deus. Em vez disso, as Escrituras revelam que, por natureza, somos filhos da ira, em rebelião contra Deus, caídos e perdidos. Graças a Deus por Cristo, nosso Senhor, podemos chamar Deus de “Pai”. Além disso, ele quer que venhamos a ele em oração. Oramos ao nosso Pai celestial com audácia e confiança, por meio de Cristo Jesus, nosso Senhor, sabendo que Ele ouvirá e responderá às nossas orações, de acordo com Sua boa e graciosa vontade.
Hino: Ó nosso Pai, que estás nos céus, escuta a voz dos filhos teus, em nome do Senhor Jesus, que nos em graça a ti conduz. Aceita a nossa petição em tua grande compaixão.
Primeira Petição: Santificado seja o teu nome.
O que significa isso? O nome de Deus, na verdade, é santo em si mesmo. Mas suplicamos, nesta petição, que seja santificado também entre nós.
Quando sucede isso? Quando a Palavra de Deus é ensinada clara e puramente, e nós, como filhos de Deus, também vivemos uma vida santa, em conformidade com ela; concede-nos isso, querido Pai do céu. Aquele, porém, que ensina e vive de modo diverso do que diz a Palavra de Deus, profana o nome de Deus entre nós; guarda-nos disso, ó Pai celeste!
Certamente Deus não precisa de nossa oração para garantir que seu nome seja santificado. Ele é santo em si mesmo, e é santo entre nós quando ensinamos sua Palavra em toda a sua verdade e pureza, e vivemos vidas santas de acordo com sua Palavra. Qualquer pessoa que ensina ou vive contrariamente à Palavra de Deus está profanando e blasfemando o nome santo de Deus.
Hino: Teu nome faze-nos honrar e na Palavra nos firmar. Concede-nos, ó bom Senhor, vivermos santos, em amor. Teu povo queiras bem guiar, de ensino falso o preservar.
Segunda Petição: Venha o teu reino.
O que significa isso? O reino de Deus vem, na verdade, por si mesmo, sem a nossa prece; mas suplicamos, nesta petição, que venha também a nós.
Quando sucede isso? Quando nosso Pai celeste nos dá o seu Espírito Santo para crermos, por sua graça, em sua santa Palavra, e vivermos uma vida com Deus neste mundo e na eternidade.
Novamente, o reino de Deus não depende das nossas orações, mas oramos aqui para que o seu reino venha entre nós em toda a sua graça e verdade. O reino de Deus não vem porque o fazemos acontecer, mas porque o Espírito Santo está trabalhando poderosamente em nós para que creiamos em sua Palavra e vivamos vidas piedosas aqui no tempo e eventualmente em toda a eternidade.
Hino: Teu reino venhas erigir aqui na terra e no porvir. Ó Santo Espírito, mantém em nós a fé e o amor também. Desfaze a força de Satã; conserva a tua igreja sã.
Terceira Petição: Seja feita a tua vontade, assim na terra como no céu.
O que significa isso? A boa e misericordiosa vontade de Deus, em verdade, é feita sem a nossa prece; mas suplicamos, nesta petição, que seja feita também entre nós.
Quando sucede isso? Quando Deus desfaz e impede todo mau conselho e vontade dos que não nos querem deixar santificar o seu nome, nem permitir que venha o seu reino, tais como a vontade do diabo, do mundo e da nossa carne; e quando, por outro lado, nos fortalece e preserva na sua Palavra e na fé, até o fim.
Esta é a sua boa e misericordiosa vontade.
Deus fará o que quiser conosco e com o mundo. Nesta petição estamos orando para que a sua vontade seja feita entre nós. Estamos pedindo a Deus que nos proteja de qualquer coisa em nossas vidas, incluindo o diabo, o mundo e nossa própria natureza pecaminosa, de colocar um obstáculo entre nós e a vontade de Deus. Pedimos que ele nos dê força para nos mantermos firmes em sua Palavra até a nossa morte. Isso é do que se trata a boa e graciosa vontade de Deus.
Hino: Aqui se faça junto aos teus a tua vontade qual nos céus. Ao carregarmos nossa cruz, alívio dá, nas trevas, luz. Consolo és tu que a nós sustém, à espera do glorioso além
Quarta Petição: O pão nosso de cada dia nos dá hoje.
O que significa isso? Deus, em verdade, dá o pão de cada dia, mesmo sem a nossa prece, a todos os homens, também aos ímpios. Mas suplicamos, nesta petição, que nos faça reconhecê-lo e receber com agradecimento o pão nosso de cada dia.
O que significa o pão de cada dia? Tudo o que pertence ao sustento e às necessidades da vida, como por exemplo: comida, bebida, vestes, calçados, casa, lar, campos, gado, dinheiro, bens, cônjuge fiel, filhos piedosos, empregados fiéis, superiores piedosos e fiéis, bom governo, bom tempo, paz, saúde, disciplina, honra, leais amigos, bons vizinhos e coisas semelhantes.
Estamos pedindo a Deus para nos guiar a reconhecer todas as bênçãos que ele derrama sobre nós nesta vida, e assim nos levar a agradecer e louvá-lo por essas bênçãos, que incluem tudo o que precisamos ou requeremos nesta vida.
Hino: O pão diário queiras dar, e nossa vida abençoar. Preserva os teus de guerra e horror, de males, carestia e dor. Com tua paz vem habitar conosco e o medo afugentar.
Quinta Petição: E perdoa-nos as nossas dívidas, assim como nós também perdoamos aos nossos devedores.
O que significa isso? Suplicamos, nesta petição, que o Pai celeste não observe os nossos pecados, nem por causa deles recuse as nossas preces; pois somos indignos de todas as coisas que pedimos, nem as merecemos; mas que ele as conceda a nós por graça, porque pecamos muito diariamente e nada merecemos senão castigo. Da mesma forma, queremos nós perdoar de coração, e de boa vontade fazer o bem aos que pecam contra nós.
Nesta petição, dirigimo-nos ao nosso Pai celestial para que não contemple os nossos pecados nem recuse a nossa oração devido a eles. Aqui, reconhecemos e confessamos que não somos dignos de nenhum dos generosos dons que Deus nos concede, e certamente não merecemos suas bênçãos, mas apenas sua punição, devido aos nossos pecados. Através de Cristo, nosso Senhor, que se entregou por nós, somos capazes de pedir a Deus que nos conceda sua misericórdia, pelos pecados que cometemos diariamente. Sendo perdoados tão graciosamente por Deus, queremos perdoar e fazer o bem às pessoas que pecam contra nós.
Hino: As nossas culpas vem perdoar e teu favor nos outorgar. Que sempre ao nosso devedor perdoemos sem guardar rancor, a fim de em unidade andar e tua graça desfrutar.
Sexta Petição: E não nos deixes cair em tentação.
O que significa isso? Deus, em verdade, não tenta ninguém; mas suplicamos, nesta petição, que nos guarde e preserve, para que o diabo, o mundo e a nossa carne não nos enganem, nem nos seduzam a crenças falsas, desespero ou qualquer outra grande infâmia ou vício; e, ainda que tentados, vençamos afinal e retenhamos a vitória.
Aqui estamos pedindo a Deus que nos proteja da tentação e que impeça o diabo de nos atacar por meio do mundo e da nossa própria carne pecaminosa. Estamos pedindo para não sermos desviados para as falsas crenças, desespero ou outros pecados vergonhosos. Sabemos que somos atacados diariamente e tentados a viver contrariamente à vontade de Deus. Temos a promessa segura de Deus de que Cristo venceu o mundo por nós e, na nossa última hora nesta vida, nos concederá a vitória final sobre eles.
Hino: Protege-nos da tentação do mundo vil e da opressão que Satanás nos preparar, querendo a nossa fé roubar. E faze-nos permanecer fiéis a ti, e assim vencer.
Sétima Petição: Mas livra-nos do mal.
O que significa isso? Suplicamos, em resumo, nesta petição, que o Pai celeste nos livre de todos os males que afetam o corpo e a alma, os bens e a honra, e, finalmente, quando vier a nossa hora derradeira, conceda-nos um fim bem-aventurado e nos leve, por graça, deste vale de lágrimas, para junto de si, no céu.
Estamos orando aqui para que o Senhor nos livre de todo mal nesta vida, males que envolvem nosso corpo, nossa alma, as coisas que Deus nos deu, nossa reputação e assim por diante. Pedimos que, quando chegar o momento de sermos levados para casa para estar com o Senhor, Deus estenda sua amorosa proteção sobre nós e nos tire deste vale de tristeza para estar com ele para sempre no céu até o dia que ele retornar em glória.
Hino: E livra-nos de todo mal; é mau o tempo terreal. Da morte eterna e seu horror nos salva e abriga, ó Salvador. Bendito fim vem conceder e então nossa alma receber.
Conclusão: Pois teu é o reino, e o poder e a glória para sempre. Amém.
O que significa isso? Devo estar certo de que estas petições são agradáveis ao Pai celeste e ouvidas por ele; pois ele mesmo nos ordenou orar desta maneira e prometeu atender-nos. Amém. Amém, isso significa: Sim, assim seja!
Na conclusão da Oração do Senhor, expressamos uma esperança confiante na verdade de que nosso Senhor é o Poderoso, cujo reino, poder e glória são para toda a eternidade. Com estas palavras estamos dizendo ao Senhor: “Tu és um Deus grande e glorioso”.
Com a palavra “Amém”, estamos dizendo: “Sim, sim, assim será”. E assim, com a certeza que repousa na promessa de Deus de que ele tanto nos convida quanto ouve a nossa oração, concluímos a oração que Ele nos ensinou. Dizemos: “Amém”, ou seja, “Sim, Senhor, Tu me ordenaste a orar a Ti e prometes ouvir-me”.
Hino: Amém! assim se faça! Amém! Por graça a nossa fé mantém, e não nos deixes duvidar do que te viemos suplicar em nome teu, por teu favor. Amém! Amém! Ó Redentor!
Os versos em itálico neste estudo são do hino de Martinho Lutero Ó nosso Pai, que estás nos céus, Hino 443 do Hinário Luterano. (Porto Alegre: Editora Concórdia, 2018).
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