No decorrer de um culto, os fiéis notam a maneira como os pastores conduzem as cerimônias do Culto Divino, embora não consigam dizer com precisão cada significado de cada ação. Enquanto um pastor pode adotar uma abordagem mais 'folclórica' em sua condução, outro pode optar por uma abordagem mais formal. Alguns rituais são executados com grande solenidade, enquanto outros são realizados de forma mais informal, com um toque pessoal.
Creio que é tudo uma questão do que você acredita.
Para ser sincero, se alguém verdadeiramente acredita que o Cristo Encarnado está presente na cerimônia, isto se manifestará em suas ações e você agirá de acordo. De repente, a questão não se restringe apenas a falar sobre Jesus, mas de realmente estar sua presença de forma real, como se Ele estivesse bem ao nosso lado. Além disso, para aprofundarmos essa concepção, é uma questão de compreender a natureza daquele que está, por assim dizer, ao nosso lado. Ele é amoroso, mas quem ama é Todo-Poderoso. Ele é gentil, mas sua bondade não se assemelha apenas à de um amigo próximo, mas representa uma expressão de seu atributo eterno de misericórdia.
Ele é Deus.
Esta não é meramente uma resposta de catecismo; é uma realidade. E dado que, como Deus, Ele está efetivamente presente de uma forma extremamente pessoal no

altar, especialmente no Santíssimo Sacramento, sua presença nunca deve ser menosprezada ou denegrida, nem mesmo quando enfatizamos aspectos de sua humanidade.
Se dedicarmos todos os nossos esforços à tentativa de retratá-lo como algo apenas “pessoal”, inevitavelmente correremos o risco de perder de vista o fato de que ele também é eterno. Ele é o fogo consumidor. Ele é aquele que se manifestou a Moisés na sarça ardente. E, mesmo agora, tendo se encarnado, Ele está assentado à direita do Pai em Sua glória.
Isto é impossível de compreender plenamente, como indica o Apóstolo: “Ó profundidade da riqueza, tanto da sabedoria como do conhecimento de Deus! Quão inexplicáveis são os seus juízos, e quão insondáveis são os seus caminhos!” (Rm 11.33).
Preocupa-me que, quando os pastores concentram toda a sua energia litúrgica na tentativa de criar um ambiente onde as pessoas se sintam à vontade na presença de um Jesus de natureza amigável, possam inadvertidamente semear a ideia de que Ele é, na realidade, inferior ao seu Criador, o Único em quem vivem, se movem e existem. Ao fazer isso, prestam um desserviço à sua congregação. Exemplos disso são abundantes, e isso se torna especialmente evidente neste caso extremo, embora até mesmo os casos menos extremos apresentem desafios.
No entanto, talvez isso se deva ao fato de que os pastores que adotam esse tipo de comportamento ainda não chegaram a um entendimento da realidade. Pessoalmente, tenho dificuldade em acreditar que um liturgista cujo principal objetivo é impressionar as pessoas com simpatia e comodidade, fazê-las rir, sentir-se confortáveis, convidadas e bem recebidas, não creia verdadeiramente que está diante do Deus eterno em carne.
Fique de joelhos, cara! Você não sabe quem está presente aqui?

No fim das contas, tudo se resume àquilo em que verdadeiramente acredita. Você está ou não diante de um solo sagrado, na presença do Deus Encarnado?
Artigo traduzido e adaptado de Rev. Burnell Eckardt. It’s a Matter of What You Believe in www.gottesdienst.org/gottesblog/2023/10/25/its-a-matter-of-what-you-believe.
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