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As Vestimentas na tradição litúrgica luterana - Paul H.D. Lang

Foto do escritor: Serviço DivinoServiço Divino

Com grande entusiasmo, apresento a vocês o capítulo 15 do notável livro "Manual da Comissão de Altar", escrito por Paul H.D. Lang e traduzido pela Editora Concórdia em 1987. Nesta publicação, dedicada à instrução e ao aprimoramento litúrgico, abordaremos um tema de grande importância: as vestimentas.

Ao longo dos anos, esse livro tem se destacado como uma referência indispensável no estudo dos aspectos litúrgicos. Sua relevância persiste até os dias atuais, demonstrando sua importância contínua como uma das melhores bibliografias disponíveis sobre o assunto. O autor, Paul H.D. Lang, com sua vasta expertise e dedicação, oferece uma abordagem abrangente e detalhada das vestimentas utilizadas em cerimônias religiosas.

Nossa intenção ao compartilhar este capítulo é proporcionar um conhecimento mais profundo acerca das vestimentas litúrgicas, explorando sua simbologia, história e significado dentro do contexto eclesiástico. Acreditamos que essa compreensão ampliará sua apreciação e carinho pela nossa amada liturgia, enriquecendo sua conhecimento pessoal e espiritual.

Abençoada leitura e estudo!

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CAPÍTULO XIV

Das Vestimentas

Clerical

No Antigo Testamento Deus prescreveu as vestimentas que deviam ser usadas pelos sumo sacerdotes e levitas no desempenho de suas tarefas (Ex 28.1; 39.4). Estas vestes foram, naturalmente, revogadas com a chegada do Novo Testamento. Mas o princípio e a necessidade de vestes clericais ocasionaram dentro da liberdade cristã o desenvolvimento de vestiduras tradicionais para clérigos, também na igreja no Novo Testamento. Na Reforma do século XVI as vestimentas tradicionais foram mantidas pelos luteranos. Mais tarde seu uso foi abandonado em determinados tempos e lugares, mas continuam pertencendo, até hoje, à nossa herança cristã e luterana. É apropriado, portanto, que a comissão de altar faça um estudo de sua história e uso. Deveria aprender a conhecê-las, até mesmo se os ministros de sua igreja, em particular, são impedidos, por determinadas circunstâncias, de usar algumas ou todas elas. O movimento litúrgico atual, que atinge todas as igrejas cristãs, está auxiliando na restauração de muitas vestimentas históricas e tradicionais naquelas igrejas que, em certa época, as descartaram.


A Sotaina

A Sotaina era uma vez, e, a princípio, continua sendo a veste diária do clérigo cristão. Por conseguinte, ela não é verdadeiramente uma vestimenta litúrgica, se definirmos vestimenta como a roupa que se traja apenas para o culto divino. É, mais precisamente, um traje sobre o qual um clérigo usa suas vestimentas. Sua cor é preta, e

Rev. Mark P. Braden da Zion Evangelical-Lutheran Church of Detroit (LCMS) usando uma sotaina.

deve ser confeccionado de sarja de algodão ou de tecido mais leve, em regiões de clima mais quente. Ajusta-se ao corpo, na parte superior, e cai como vestido cheio e levemente solto da

cintura aos tornozelos. No pescoço ele tem uma faixa estreita que se ajusta ao redor de um colarinho clerical de cor branca. Esta gola tem uma abertura estreita na parte da frente. Um estilo é de peitoral com botões que descem por toda a frente, do pescoço à bainha. Outro es- tilo é o de um peitoral ou frente dupla trespassado com presilhas, botões de pressão ou velco do ombro à cintura.

Geralmente se usa um cinto (cíngulo) ao redor da cintura, para ajustar melhor o comprimento e por razões de boa aparência. O cinto é feito, em geral, do mesmo material, com 8 a 10 cm de largura, 25 a 30 cm de comprimento, com ou sem franja nas extremidades.


A Batina ou Talar

A batina clerical preta igualmente não é, verdadeiramente, vestimenta ou veste especificamente clerical. Foi o traje regular de rua para professores, magistrados, juízes e pastores no século XVI. Naquela época o traje continha uma pala posta sobre as costas, e, a partir dessa pala o tecido descia até aos tornozelos em dobras inteiriças. Possuía mangas largas e uma gola simples. As batinas que são confeccionadas em nosso dias são de muitos estilos e de diferentes cortes, mas a maioria delas pertencem à variedade acadêmica (togas, becas). Em alguns países da Europa, durante os últimos

Batina preta ou Talar preto

200 anos, desenvolveu-se a combinação de sotaina e batina, usada com um colarinho franzido ou pregueado. Tornou-se popular na Noruega e Dinamarca. Ao invés do colarinho franzido passou-se a usar peitilhos (Beffchen) brancos com o talar preto. Estes não tem significado eclesiástico e nada simbolizam para os luteranos. São simplesmente parte de uma toga usada por oficiantes da lei secular como por clérigos em diversos países, inclusive o nosso. Para defender o uso litúrgico há quem atribua um conteúdo simbólico de lei e evangelho ao petilho. Mas isto não tem respaldo histórico litúrgico.

Uma mantilha ou xale foi acrescentado ao talar preto na Inglaterra e em outros lugares. Na Noruega, a mantilha tomou a forma de uma estola de seda, estreita, orlada e preta, colocada sobre o talar preto. A mantilha do capelão, nas forças armadas norte-americanas e inglesas, é um tipo de estola preta noreuguesa, mas também não é vestimenta eclesiástica. É um item de um uniforme militar.

O capelo, barrete ou capuz é usado como cobertura da cabeça com a sotaina e a batina. Um chapéu ou boné moderno não é apropriado.

Quando se necessita outra vestimenta sobre a batina, em climas rigorosos e frios, pode- se usar uma capa preta. Esta não tem mangas e cobre todo o vestuário, sendo fechada, na frente, sobre o peito, com um colchete ou fivela.


A Sobrepeliz

A sobrepeliz de tecido branco é uma vestimenta que oficiantes e certos auxiliares leigos usam por cima da sotaina nos ofícios religiosos em geral. Originou-se em substituição da alba usada em igrejas de climas frios no norte da Europa. A alba, que se ajusta confortavelmente ao corpo e tem mangas justas, não poderia ser vestida sobre uma sotaina de lã, grossa ou forrada. Por isso a sobrepeliz foi desenhada para cobrir um casaco forrado.

A beleza e a dignidade da sobrepeliz estão na sua plenitude e comprimento. Se o seu corte for abundante e cair até os tornozelos ou até elo menos 15 cm do chão, é mais elegante do que outra que seja mais curta. Também não amarrota com tanta facilidade enquanto a pessoa que a veste estiver sentada. As mangas podem ser tão

Sobrepeliz

cheias ou largas que a sua parte inferior pode cair até os tornozelos e a parte superior deve ter o comprimento que alcance pelo menos a cintura. A pala, entre a ombro e parte da cava, deve ser oval e não quadrada e o tecido deve ficar preso a ela. A sobrepeliz sempre deve ser feita de tecido de linho ou algodão e não de rayon ou outro tecido artificial. Consegue-se hoje com facilidade tecido que não amarrota, e que é mais adequado. Se a comissão de altar quiser confeccionar sobrepelizes e outras vestes, deve conseguir modelos adequados. Borda-se às vezes uma cruz latina, branca, sobre a parte frontal da sobrepeliz, uns cinco centímetros abaixo da pala. Ornamentos nas cores do Ano Eclesiástico podem ser aplicados com presilhas à bainha frontal inferior da sobrepeliz, como também na alba. O uso da sobrepeliz não está restrito a clérigos. Pode ser usa- da também por assistentes leigos, serviçais, coralistas e acólitos.

Uma vestimenta semelhante à sobrepeliz é o roquete sem mangas. Ela dá a quem veste maior liberdade de movimentação dos braços do que ao que veste a sobrepeliz. Na tradição luterana ela é muito longa, caindo até o calcanhar. Pode ser confeccionada como a sobrepeliz, com a diferença de que se lhe omitem as mangas, e os lados podem ficar abertos.

Nos últimos anos, introduziram-se em diversos lugares batinas brancas, para uso no verão. Elas são do mesmo material e forma da batina preta. Esta inovação é inoportuna uma vez que tal traje não é vestimenta eclesiástica e não tem nenhuma significação como tal. Ela também é desnecessária, porque uma sobrepeliz ou alba comprida, que pode ser usada sem sotaina ou batina por baixo, é até mesmo menos quente que uma batina branca. Quando, no entanto, se usa uma alba ou uma sobrepeliz dessa maneira, ela deve ser usada com uma camisa ou veste preta e colarinho clerical.

Ao lavar as vestimentas de linho branco, a comissão de altar deve lembrar-se de que não se deve aplicar anil ou goma.


Vestimentas Eucarísticas

As vestimentas eucarísticas são, na ordem em que o celebrante as vestes sobre a sotaina, o amito, a alba, o cinto, a manipula, a estola, e a casula. Todas elas, ou parte delas, podem ser usa- das por pastores luteranos no culto de celebração da santa ceia. Por essa razão damos uma breve descrição de cada uma.

O Amicto

O amicto é um pano de pescoço usado antigamente com a alba e outras vestes. É um pedaço de tecido retangular de cerca de 50 por 75 cm ou maior, com uma bainha de 1 a 2 cm em toda a volta. Faixas de 2 m, nas costas, consturam-se em cada ponta da borda longa superior. No centro da parte superior, a cerca de 5 cm da bainha, borda-se uma cruz simples. No canto superior se costura um enfeite de damasco de seda de cerca de 8 x 45 cm ou maior, que pode ser trocado de acordo com as cores do ano

Amicto

eclesiástico. Veste-se o amicto dobrando-se para trás a ponta enfeitada e deitando-se sobre a cabeça assim como uma enfermeira modema cobre a cabeça. Então se afixa a mesma no seu lugar com as faixas, que cruzam o peito e circundam a cintura. Depois que todas as vestes tiverem sido colocadas, puxa-se o amicto para trás, de modo que o ornamento forme uma gola ao redor do pescoço e permaneça deitado sobre os ombros. A oração que tradicionalmente se profere ao vestir-se o amicto refere-se a ele como o “capacete da salvação” (Ef 6.17). Provavelmente adquiriu este significado simbólico porque é colocado primeiro sobre a cabeça, antes de ser dobrado como gola.


A Alba

A alba é a antiga vestimenta de tecido branco da qual se desenvolveu mais tarde a sobrepeliz e o roquete. Cobre completamente a sotaina. As mangas são justas (como mangas de casaco) e a sua parte superior se ajusta bem aos ombros e ao corpo, mas a inferior tem um corte abundante, de modo que tem um aspecto lindo e solto. O modelo tradicional possui uma abertura vertical em cerca de 30 cm, na parte anterior, de modo que possa escorregar sobre a cabeça, ao se vesti-la, e de- pois fechada com botões. Há, porém outros modelos. A maioria é trespassada, uma vez que pouco frequentemente

Modelo de Alba

alguém usa o roquete ou casula sobre a alba, principalmente por questões climáticas. O modelo trespassado também é mais prático de ser vestido, pois além de não precisar ser enfiado por sobre a cabeça, ele é preso em quatro pontos com velco ou botões de pressão. O trespasse e a gola ajustada dão à alba uma aparência sóbria, bonita e elegante. A vantagem da gola ajustada está em que o oficiante não precisa usar outra roupa especial por baixo da alba. O cíngulo ou cinto devem necessariamente acompanhar a alba. Na frente e nas costas da veste, perto da orla, pode-se afixar enfeites de brocado ou damasco de seda, com cerca de 18 por 35 cm. Logo acima dos punhos, sobre as mangas, pode-se aplicar enfeites de 8 por 20 cm. A alba simboliza a inocência e o manto da justiça que recebemos como cristãos.


O Manipulo

O manipulo é uma vestimenta puramente cerimonial, que se usa sobre o braço esquerdo, perto do punho. É confeccionada em damasco de seda, geralmente segue as

cores do ano litúrgico e tem uma franja de 2 a 3 cm em cada ponta. O manipulo deve ter cerca de 6 cm de largura e 1,10 m

de comprimento. Sempre que o celebrante também for pregador, a manipula e a casula podem ser removidas antes do sermão e recolocadas antes do ofertório.

Rev. Dr. Thomas Winger, diretor do Concordia Lutheran Theological Seminary do Canadá usando o manípulo no braço direito.

A Estola

A estola é uma faixa de seda ou damasco de seda com cerca de 5 cm de largura no meio, aumentando gradativamente para cerca de 12 cm em cada extremidade. O comprimento total é de cerca de 3 metros. A razão de se fazer a estola tão comprida é de que ela se estenderá até abaixo da casula após ter passado por cima do peito e afixada ao cinto quando se usam as vestimentas plenas para a Eucaristia. A estola

representa o jugo de Cristo. Um pastor usa a estola ao redor do pescoço para a administração dos sacramentos e alguns cultos especiais. Hoje em dia, porém, a estola é usada generalizadamente como símbolo de ordenação em todos os cultos e atos litúrgicos. Isto ajuda a diferençar os oficiantes leigos e estudantes de teologia ou estagiários dos ministros ordenados num ato ou culto litúrgico. Nenhuma pessoa que não tenha sido ordenada deve usar a estola. Costuma-se prover uma estola para cada cor litúrgica.

A maneira mais fácil de uma comissão de altar fazer uma estola é copiar de um modelo sugerido no manual oferecido pelo Setor de Artes Plásticas da Comissão de Arte Sacra da IELB. A ponta da estola pode ser decorada com uma cruz ou símbolo adequado à cor da época e pode ser acabada com uma franja de 5 cm. A estola também pode ser decorada com um desenho constante, das pontas para o centro, em parte ou no seu todo. O uso de símbolos pode às vezes ser abusivo. Para evitá-lo, importa escolher desenhos próprios para realçar o significado e a beleza dos símbolos, pois contra um fundo muito simples, em especial, os símbolos em si podem parecer muito rígidos. Uma es- tola também pode ficar inteiramente sem decoração, mas nesse caso deve conter uma cruz estreita no centro, para indicar seu uso sagrado.

A decisão sobre quando e com que finalidade usar a estola de acordo com a tradição luterana, fica a critério de quem a usa e não da comissão de altar, razão pela qual não se precisa discuti-lo neste ponto. Se a comissão de altar recebe a incumbência de preparar a estola para outras ocasiões, que não a da celebração da santa ceia, deve pedir instruções detalhadas ao pastor, ou Setor de Artes Plásticas ou Setor de Culto e Liturgia da Igreja.

A estola simboliza a perfeita obediência de Jesus, através da qual ele nos obteve a estola ou o manto da vida eterna. Isto se confirma na oração que o pastor pode proferir ao vesti-la: “Dá-me novamente, ó Senhor, a estola da imortalidade, que perdi com a transgressão de meus primeiros pais, e, ainda que indigno de me achegar ao teu ministério sagrado, dá com que eu me alegre no mesmo para sempre.”


A Casula

A casula é a principal vestimenta eucarística. O nome vem do latim “casula”, que significa uma cabana ou casinha, pois a roupa cobria todo o corpo e servia até mesmo de barraca portátil para os que viajavam. Era feita de um semicírculo de pano, com uma abertura circular por onde podia passar a cabeça e o pescoço. Quando vestida, pendia sobre o corpo até os pés. Para deixar os braços e as mãos livres, o

Rev. Saulo Bledoff (pastor brasileiro) em sua instalação como pastor da St. John's Lutheran Church, Netherby Road, Fort Erie, ON, Canadá.

tecido tinha que ser juntado em pregas sobre o antebraço, deixando a frente e as costas drapejadas. Mais tarde os lados tiveram um corte mais curto, tornando sua forma elíptica e reduzindo o tecido que tinha que ser erguido sobre os braços. No correr dos tempos produziram-se muitas outras formas, por razões de conveniência, gosto e de tipos de tecido e ornamentos que se usaram. Seu desenvolvimento, no entanto, não se precisa discutir em detalhes neste ponto.

A forma elíptica da casula ainda hoje é a mais desejável. A frente deve ter um metro ou mais. A parte de trás pode ter cerca de 1,20 m; os lados, 60 cm ou mais. Corte e pregas elegantes dão à casula maior dignidade e beleza. Pode ser feita de linho branco ou seda colorida, nas cores do Ano da Igreja. Não precisa ter qualquer enfeite, mas é geralmente decorada com um entremeio vertical que desce por sobre a parte dianteira, e uma cruz na forma de Y. O entremeio vertical, à frente, chama-se pilar.

Uma casula feita de damasco de seda pode ter entremeios de tiras de seda, veludo, tapeçaria, tecido ou

Rev. Roberto Couto da Congregação Luterana (IELB) de Mato Branco, Imbituva, Paraná.

tiras douradas de 7 a 10 am. Esse tecido deve ser bordado antes de ser aplicado. O centro da cruz em Y pode ser ornamentado com símbolo ou monograma de Cristo. A cruz pode ter também a forma de uma cruz latina, ao invés do formato em Y.

Para aumentar a beleza da casula, pode-se debruá-la com seda ou cetim de cores contrastantes. A parte de dentro, porém, não se deve forrar, porque deve ter um caimento suave, em suas pregas, sobre os ombros e os braços.

Ao vestir a casula, o celebrante pode orar: “Senhor, que disseste, 'O meu jugo é suave e o meu fardo é leve', capacita-me a usar esta casula e concede-me a tua graça”. Esta oração aponta para o simbolismo da casula e dá a entender que o seu portador está a serviço de Jesus Cristo, fazendo a Sua vontade e agindo de acordo com sua vontade.


A Dalmática e a Túnica

Quando o celebrante é assistido por um diácono e um subdiácono ordenados, aquele pode vestir uma dalmática e este uma túnica. Outros clérigos assistentes também podem vestir uma túnica. A dalmática, no entanto, é mais enfeitada que a túnica. Estes trajes são confeccionados do mesmo tecido que a casula. São mantos

Dalmática

compridos com mangas mais largas (soltas) do que a alba e são usadas sem o cíngulo. Na parte de baixo eles têm cerca de um metro de um lado a outro e o comprimento é por volta de 1,10 m. São decorados com entremeios, do pescoço à ponta inferior. Os lados têm uma abertura de 50 cm ou mais desde a extremidade inferior.

Estas vestes simbolizam alegria e prazer. A velha oração para o momento de se vestir a dalmática é a seguinte: “Veste-me, ó Senhor, com o manto da salvação e a veste da alegria e cobre-me sempre com a dalmática da justiça.”


A Mitra e a Cruz Peitoral

Algumas igrejas luteranas da Europa têm bispos. Também entre nós alguns dirigentes exercem o ofício de um bispo, embora não tenham esse título. Por isso devemos mencionar a mitra e a cruz peitoral.

A mitra é a cobertura da cabeça do bispo. É feita de damasco e tem a forma de um triângulo na frente e atrás. Pendentes de cordão ou fita afixam-se na parte de trás.

A cruz peitoral é o ornamento distintivo de bispos, como parte de suas vestimentas. Por isso, clérigos que não receberam uma distinção especial não deveriam usar cruzes e crucifixos de qualquer tamanho sobre o talar ou alba. Sugere-se que, se querem usar uma cruz devem colocá-la debaixo das vestes externas, para não dar publicamente a impressão de um cargo que não ocupam.


OUTRAS VESTIMENTAS

A capa

A capa é um manto aberto na frente e que fica preso com uma fivela ou um ganchinho, tendo apenso na parte de trás da cabeça um capuz. Usa-se a mesma para cerimônias que não tenham celebração da Santa Ceia, tais como procissões e ritos de ordenação e instalação, confirmação, culto matutino sem santa ceia, matinas e vésperas em dias de festa, e outros. Não é uma veste exclusivamente clerical, e pode ser usada tanto por leigos como por clérigos como vestimenta que revela dignidade.

A beleza de uma capa depende da elegância de suas pregas e do bom gosto na

A capa

escolha do tecido, mais do que de bordados bem elaborados e outros adornos finos. Confecciona-se uma capa de damasco de seda, nas cores do Ano da Igreja. O formato é praticamente um perfeito semicírculo. Um entremeio de cerca de 15 cm pode ser de tecido dourado ou de outra cor contrastante. A capa deve ter um comprimento suficiente, de modo a pender até os pés.

Hoje muitas capas têm apenas uma imitação de capuz, na forma de um escudo, o que é apenas uma desculpa para se usar bordados e outros adornos. Ao invés de tal escudo, por que não se confecciona um capuz verdadeiro, do mesmo tecido que a capa? Quando se afixa o capuz de forma adequada às costas, terá um belo caimento e pode até mesmo possuir uma borla ou outro enfeite.


Para Acólitos e Meninos do Altar

Acólitos e meninos do altar vestem-se adequadamente com sotaina e sobrepeliz. A sotaina preta é melhor que a colorida. Pode-se confeccioná-la de tecido de algodão espesso. A sobrepeliz pode ser de linho ou de algodão branco. Deve pender até abaixo do joelho e pode ir até o torno- zelo. O cota é semelhante à sobrepeliz, com a exceção de não se prender à pala, que pode ser quadrada, e não redonda, e as mangas precisam ir apenas até os cotovelos.


Para o Coral

Membros do coral podem vestir uma sotaina preta e sobrepeliz branca. A sobrepeliz é mais elegante se cair até abaixo dos joelhos. Ainda que a sobrepeliz foi originalmente um traje exclusivamente masculino, hoje é usada também por coralistas do sexo feminino. Togas acadêmicas não têm tradição eclesiástica, e devem ser evitadas na vestimenta do coral. Mulheres que cantam no coral deveriam cobrir suas cabeças. Podem-se usar quepes eclesiásticos, tais como uma pequena touca, ou um simples gorro preto.


Para Confirmação

Uma tradição antiga e de grande valor simbólico é que pessoas que receber o batismo ou são confirmadas se vistam de branco. A veste branca, no entanto, não é tradicionalmente uma batina especial, mas uma roupa branca de uso diário. Este costume não apresenta problemas para me- ninas, mas sim para meninos, pois estes não costumam usar temos brancos. Uma solução para o problema é tomar por empréstimo temos brancos para os meninos. Outra solução é providenciar batinas e togas especiais de confirmação tanto para rapazes como para moças. Isto se costuma fazer, só que as togas, infelizmente, têm, em geral um desenho acadêmico. Tais vestes não são de forma alguma adequadas para o rito solene de confirmação.

Nossa sugestão é de que se use uma veste semelhante a uma capa curta e branca. Pode ser feita de linho ou algodão branco e de tal modo que se tomará uma veste confirmatória muito apropriada tanto para rapazes como para moças. Visto que o costume bíblico que mulheres cubram a cabeça na igreja, sugere-se que o costume seja desenvolvido começando com as moças na oportunidade de sua confirmação. Um véu de confirmação é, pois, bastante apropriado para essa solene ocasião. O véu é confeccionado de tecido fino, quadrado, de cerca de 70 cm de lado e uma bainha de uns 5 cm. Prende-se cabelos com grampos, de cada lado, ou com elástico ou fita de 20 cm de comprimento por baixo dos cabelos.

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