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A LITURGIA LUTERANA
Todas as semanas, no Culto Divino, nos reunimos com outros fiéis para levantarmos o coração, juntamente com as mãos, para Deus nos céus (Cf. Lamentações 3.41). Para extrair mais significado e benefício da nossa forma de adoração e assim adorar em espírito e verdade (Cf. João 4.24), apresentamos a explicação da Ordem do Culto Principal II das agendas de culto da Igreja Evangélica Luterana do Brasil.
Hino de Entrada
O Culto Divino geralmente começa com um hino de invocação ao Espírito Santo, pois é somente por meio do seu trabalho em nossos corações e mentes que podemos prestar uma adoração aceitável a Deus. Como São Paulo escreve: “ninguém pode dizer: ‘Senhor Jesus!’, senão pelo Espírito Santo” (1Coríntios 12.3).
Invocação
No Santo Batismo, Deus nos fez membros de sua família. Assim, começamos nosso Culto com as mesmas palavras faladas sobre nós em nosso batismo. Com base nas palavras de instituição do Santo Batismo em Mateus 28.19, a Invocação declara que adoramos o Deus Triúno - Pai, Filho e Espírito Santo - e que estamos agora em sua presença, pois nosso Senhor disse: “Porque, onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali estou no meio deles” (Mateus 18.20). A congregação responde com o “Amém”, que significa, como o catecismo coloca, “sim, assim seja!”.
Confissão e Santa Absolvição
Como filhos de Deus por virtude do nosso batismo, queremos fazer a vontade do nosso Pai celestial. No entanto, todos os dias desobedecemos a seus mandamentos. Estando em sua presença, reconhecemos que somos pecadores necessitados de perdão. Expressamos essa necessidade nos versículos tirados dos Salmos 124.8: “O nosso socorro está no nome do Senhor, que fez o céu e a terra” e 32.5: “Confessei-te o meu pecado e a minha iniquidade não mais ocultei. Eu disse: ‘Confessarei ao Senhor as minhas transgressões’; e tu perdoaste a iniquidade do meu pecado”. Após um breve momento de silêncio para reflexão sobre nossos pecados, nos unimos para fazer a Confissão de nossos pecados diante do Deus Único e Santo.
Os homens chamados e ordenados para o ofício do Santo Ministério foram comissionados por nosso Senhor para perdoar os pecados (João 20.23). O pastor nos assegura do amor perdoador de Deus em Jesus Cristo na Santa Absolvição e, em nome de Cristo e pela autoridade e ordem de Cristo, ele efetivamente nos perdoa nossos pecados. Tendo recebido o perdão de nossos pecados, agora podemos adorar verdadeiramente a Deus corretamente, como declara o salmista: “Quem subirá ao monte do Senhor? Quem há de permanecer no seu santo lugar? O que é limpo de mãos e puro de coração, que não entrega a sua alma à falsidade, nem faz juramentos com a intenção de enganar”. (Salmo 24.3-4).
Intróito
O tema do Culto do dia é anunciado no introito, uma palavra em latim que significa “entrada”. Isso marca o real início do Culto e a entrada do pastor na área do santuário ou altar. O Introito geralmente consiste em um salmo, o hinário do povo do Antigo Testamento de Deus, que é dito ou entoado.
Kyrie
O Kyrie é uma palavra grega que significa “Senhor”. Na época de Jesus, os cidadãos romanos cumprimentavam César de maneira semelhante quando ele visitava sua cidade. O Senhor dos senhores e Rei dos reis, Jesus Cristo, está agora nos visitando em sua Palavra. Portanto, o saudamos com as palavras do cego Bartimeu: “Jesus, Filho de Davi, tenha compaixão de mim” (Marcos 10.47). Como cidadãos do céu, nós, como Bartimeu, sabemos que somente Jesus pode nos ajudar, à igreja e ao mundo.
Gloria in Excelsis
A resposta de Deus ao Kyrie é a obra redentora de Cristo. Por isso, o adoramos cantando o Gloria in Excelsis. Este é um hino e um antigo e belo cântico que começa com o cântico de Natal dos anjos (Lucas 2.14), cresce em uma profunda adoração à Santíssima Trindade e se concentra no “Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (João 1.29).
Saudação e Oração do Dia
Então, oramos a Oração do Dia - uma breve oração que reúne nossos pensamentos e necessidades ao tema do dia. A congregação responde com o “Amém”, reconhecendo que Deus ouve nossa oração e a responderá de acordo com sua vontade. Antes de orarmos, o pastor e o povo se cumprimentam na Saudação - uma saudação cristã baseada em 2Timóteo 4.22. Seu significado pode ser expresso assim: “Querido povo, que Cristo entre em seus corações através da Palavra de Deus prestes a ser lida e proclamada.” “Pastor, que ele também esteja com você ao ler e proclamar Palavra de Deus.”
Leituras Bíblicas
Na época de Jesus, várias partes do Antigo Testamento - a Lei e os Profetas - eram lidas nas sinagogas. Essa prática não apenas foi adotada pela igreja primitiva, mas também possui a própria ordem de Deus; como diz São Paulo, “Dedique-se à leitura pública das Escrituras” (1Timóteo 4:13). Como nossa fé e vida são apenas “edificados sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, sendo ele mesmo, Cristo Jesus, a pedra angular” (Efésios 2.20), agora ouvimos o que Deus disse por meio dos profetas sobre a vinda do Salvador e o que Ele fez por seu povo Israel na Leitura do Antigo Testamento.
A prática de cantar uma parte de um salmo ou um hino entre as leituras, chamada “Gradual”, vem da liturgia da sinagoga judaica. Em seguida, é lido um trecho de uma das cartas dos apóstolos na Leitura da Epístola sobre a fé e a vida que temos em Cristo. Essas seleções de leituras foram escolhidas para os diferentes dias do ano litúrgico ao longo de séculos e apresentam os ensinamentos fundamentais de nossa fé, refletindo o tema do dia.
A terceira e última leitura é de um dos quatro evangelistas - Mateus, Marcos, Lucas e João - e centra-se na pessoa e obra de Jesus, registrando as palavras exatas que ele proferiu e narrando os feitos que realizou. Antes da leitura do Santo Evangelho, nós nos levantamos e cantamos o Aleluia e Verso em reconhecimento à verdade de que Jesus mesmo está no meio de nós por meio de sua Palavra. Após a leitura, assim, o louvamos polo seu dom da salvação.
Credo
Em resposta à Palavra de Deus que acabou de ser lida, confessamos nossa fé no Deus Triúno dizendo o Credo, uma palavra em latim que significa “Eu creio”. O Credo dos Apóstolos começou como uma confissão batismal, sendo este o mais usado pelas Comunidades.
O Credo Niceno, geralmente confessado durante a Celebração da Santa Ceia, foi formulado no Concílio de Niceia em 325 d.C. e define claramente as duas naturezas de Cristo; ou seja, que ele é verdadeiro Deus e verdadeiro homem. Ao confessar um dos credos, estamos unidos aos santos de todas as épocas e lugares e, assim, estamos “edificando-se na fé santíssima” (Judas 20).
Além disso, como São Paulo nos lembra, “Se com a boca você confessar Jesus como Senhor e em seu coração crer que Deus o ressuscitou dentre os mortos, você será salvo. Porque com o coração se crê para a justiça e com a boca se confessa para a salvação”. (Romanos 10.9-10).
Hino do Dia
O hino principal do culto, o Hino do Dia, que se segue, reflete o tema do dia do tempo do ano litúrgico. De acordo com as palavras de São Paulo, “que a palavra de Cristo habite ricamente em vocês. Instruam e aconselhem-se mutuamente em toda a sabedoria, louvando a Deus com salmos, hinos e cânticos espirituais, com gratidão no coração” (Colossenses 3.16), os hinos que cantamos em nossos cultos focam principalmente no que Deus fez por nós e no que ele nos revelou em sua Palavra. Os hinos do Hinário Luterano foram selecionados por serem baseados na Bíblia e centrados em Cristo. Eles foram escritos e compostos por autores e músicos de quase “de todas as nações, tribos, povos e línguas” (Apocalipse 7.9) ao longo dos últimos 2.000 anos.
Sermão
Jesus designou os apóstolos para que “que em seu nome se pregasse arrependimento para remissão de pecados a todas as nações” (Lucas 24.47). Da mesma forma, São Paulo lembra seu colega de trabalho Timóteo para “que pregue a palavra, insista, quer seja oportuno, quer não, corrija, repreenda, exorte com toda a paciência e doutrina” (2 Timóteo 4.2).
O pastor agora aplica a Palavra de Deus, geralmente uma das Leituras das Escrituras do dia, à nossa vida e desdobra diante de nós as grandes verdades da Palavra de Deus sobre “Jesus Cristo, e este, crucificado” (1Coríntios 2.2). Nosso Senhor nos convida à escuta atenta do Sermão, pois é ele mesmo quem está falando conosco por meio do pastor; como ele diz: “quem ouve vocês ouve a mim; e quem rejeita vocês é a mim que rejeita; quem, porém, me rejeita está rejeitando aquele que me enviou” (Lucas 10.16).
Ofertório
Então, nos levantamos para cantar o Ofertório – um trecho do Salmo 51, no qual pedimos a Deus que nos limpe e renove pela Palavra que acabamos de ouvir. Em gratidão a Deus por sua Palavra de verdade e vida, honramos o Senhor com os nossos bens e com as primícias de toda a nossa renda (Cf. Provérbios 3.9), dando nossas ofertas de acordo com as instruções de São Paulo, “no primeiro dia da semana, cada um de vocês separe uma quantia, conforme a sua prosperidade” (1Coríntios 16.2).
Oração Geral da Igreja
Nas instruções de São Paulo sobre o culto, ele diz: “antes de tudo, peço que se façam súplicas, orações, intercessões e ações de graças em favor de todas as pessoas” (1Timóteo 2.1). Isso agora fazemos na Oração Geral da Igreja, na qual oramos pela igreja, por nossa congregação e seus membros, por nossa nação e por todas as pessoas em suas diversas necessidades de corpo e alma; e na qual também pedimos a Deus que nos prepare para receber outro de seus dons - o Santo Sacramento do Altar.
Prefácio
Em obediência ao mandamento e convite de Jesus, “façam isto em memória de mim” (Lucas 22.19), agora nos preparamos para participar da Santa Ceia do nosso Senhor. A liturgia da Santa Ceia começa com o Prefácio, que significa “introdução”, à medida que somos exortados a elevar nossos corações em agradecimento a Deus por seus muitos dons, especialmente pelo dom de seu próprio Filho. No Prefácio Próprio, lembramos especificamente as bênçãos que o tempo litúrgico em particular nos traz à mente.
Sanctus
Nossa ação de graças se eleva no Sanctus, a palavra em latim para “Santo”. Este hino antigo é baseado na visão de Deus dada a Isaías (Cf. Isaías 6.3) e na canção cantada pelo povo quando Jesus entrou em Jerusalém no Domingo de Ramos (Cf. Mateus 21.9). Assim, unimos nossas vozes com toda a Igreja no céu e na terra em adoração ao Filho de Deus que veio a este mundo para nossa redenção, que vem a nós hoje no Sacramento e que virá novamente no último dia.
Pai Nosso
Em 1Timóteo 4.5, o apóstolo Paulo diz que tudo é “santificado pela Palavra de Deus e pela oração”. Então, nos unimos na oração que Jesus mesmo nos ensinou a orar (Mateus 6.9-13) - o Pai Nosso
As Palavras de Nosso Senhor
As Palavras de Nosso Senhor – a instituição da Ceia do Senhor (Cf. Mateus 2626-28; Marcos 14.22-24; Lucas 22.19-20; 1Coríntios 11.23-25) são então proferidas pelo pastor. O pão e o vinho são assim consagrados para uso sagrado, e em, com e sob o pão e o vinho, agora também recebemos o próprio corpo e sangue de nosso Senhor Jesus Cristo - o mesmo corpo e sangue que foi concebido no ventre da virgem Maria, colocado no berço, pregado na cruz, ressuscitado dos mortos e elevado ao céu.
Pax Domini e Agnus Dei
Naquela primeira noite de Páscoa, quando Jesus apareceu aos seus discípulos, ele ficou no meio deles e disse: “que a paz esteja com vocês” (João 20.19). Como ele, Jesus Cristo, está agora presente entre nós neste Sacramento, o pastor pronuncia essas mesmas palavras de paz para nós - o Pax Domini, pois é somente pelo corpo e sangue de Jesus, dado e derramado por nós, que temos paz com Deus e uns com os outros.
Ao cantar o que é chamado de Agnus Dei, em latim, “Cordeiro de Deus”, somos lembrados de que somente através do sacrifício do Cordeiro de Deus sem pecado recebemos paz e perdão de nossos pecados (Cf. João 1.29).
Distribuição
Aqueles que são batizados, foram instruídos nos ensinamentos principais da fé cristã, conseguem examinar a si mesmos e professam a mesma fé, agora se aproximam do altar ou se ajoelham juntos à Mesa do Senhor para receber esta refeição celestial (1Coríntios 10.16-17; 11.23-29). Hinos apropriados para a Santa Comunhão e para o tempo litúrgico muitas vezes são cantados durante a Distribuição do Sacramento.
Pós-Comunhão
Antes de sairmos da casa do Senhor, como agradecê-lo pelas bênçãos recebidas neste Sacramento? Isso agora fazemos cantando o Nunc Dimittis - a canção que Simeão cantou quando viu o Menino Jesus no templo e o segurou em seus braços (Cf. Lucas 2.29-32). Nós também vimos nossa salvação neste Sacramento e agora podemos partir em paz. Em seguida, nos unimos em uma oração de agradecimento baseada no Salmo 107: “Deem graças ao Senhor, porque ele é bom.”
O pastor então nos abençoa com as palavras de Números 6.24-26 na Bênção, e somos mais uma vez assegurados da graça e paz de Deus. O sinal da cruz simboliza que toda a nossa adoração e culto esteve centrado na cruz de Jesus Cristo.
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